Esportivo realiza primeiro teste preparatório visando a Divisão de Acesso 2025
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9 dias atrás
Adenor Leonardo Bachi, conhecido "mundialmente" como Tite, será o nome que estará à frente da Seleção Brasileira e que será o responsável por levar o Brasil rumo ao Hexa. A sua trajetória como técnico começou aqui nos arredores de Bento Gonçalves, em Garibaldi, em Veranópolis e em Caxias do Sul. Mas o que muitos não sabem é que Tite passou também pelo Clube Esportivo, porém ainda atuando dentro das quatro linhas como meio-campista. Além disso, também teve um empreendimento aberto no município: uma loja de artigos esportivos.
O técnico Tite iniciou sua trajetória dentro de campo nos juniores do Caxias. Na equipe Grená, ele teve o primeiro contato com Celso Freitas, o qual foi jogador e técnico do Esportivo. Em 1983, Tite chegou a Bento Gonçalves para jogar no Clube Esportivo, porém atuou no clube em um breve período, até 1984, se transferindo para o futebol paulista, passando por Guarani-SP e Portuguesa. Porém, em São Paulo, Tite enfrentou problemas com lesões e tentou esticar a sua carreira como jogador voltando ao Esportivo.
Em 1989 Tite voltou a Bento Gonçalves batalhando para jogar e tentando "driblar" as lesões. "Tinha acabado de me recuperar e, em um jogo contra o Santa Cruz, no Gaúcho, veio um cara e me deu um carrinho por trás. Senti que ele tinha me machucado", contou Tite em sua biografia, escrita por Camila Mattoso. "Tite foi a São Paulo onde teve sucesso, voltando a Bento já com problema de lesão no joelho. Ele jogou no Esportivo mais um pouco e abriu uma loja de materiais esportivos e tinha dado por encerrado a sua carreira", afirma Celso Freitas.
O atual técnico da Seleção Brasileira abriu seu empreendimento, que se chamava Phanter Sports, na Galeria Solar, localizada na Rua Saldanha Marinho, em frente a parte velha do Hospital Tacchini. Mas a sua loja não era qualquer uma. Lá, segundo Celso Freitas, eram vendidos os mais novos lançamentos de chuteiras e camisas de futebol do exterior, que na época eram muito difíceis de serem encontradas.
Quando Celso Freitas foi chamado para comandar o Guarany de Garibaldi na segunda divisão do Campeonato Gaúcho, o técnico chamou para integrar o elenco atletas da base do Clube Esportivo e jogadores em fim de carreira. "Sempre quando estava de folga da equipe que eu trabalhava, eu visitava ele, pois nos tornamos amigos. Em 1990, fui convidado para montar a equipe do Guarany, uma equipe que treinaria como semi-profissional pois treinaria só após as 18h, pois os jogadores tinham trabalho normal à tarde, e o Tite foi um deles que escolhi, assim como o Toninho Ferreto, o Eduardo Casagranda", explica Celso Freitas.
TITE: estudioso desde sempre
Todos os atletas que atuaram junto com Tite dentro das quatro linhas ressaltam o carisma, a inteligência e a busca pelo aperfeiçoamento do atual técnico da Seleção Brasileira, tanto como jogador como técnico por onde passou. "Ele sempre foi um cara diferenciado no modo de falar e agir, sempre preocupado em estudar. Tivemos uma convivência muito boa fora do campo tanto é que até hoje mantemos contato", comenta o goleiro Noslen Mehl, que atuou no Esportivo em 1983.
Toninho Ferreto atuou com Tite no Esportivo em 1989 e esteve junto com o treinador no Guarany de Garibaldi. Toninho possuía uma convivência muito boa com Tite e contou uma pequena história desse envolvimento com o treinador: “Eu estaria indo para o Caxias me juntar ao Tite, mas não acertei e na semana seguinte eu acertei com o Juventude, e até quando nos encontramos em “Caju” ele me dizia: ‘Poxa Toninho, não precisa ter vindo comigo, mas também não precisava ficar tão perto’. Claro isso foi em tom de brincadeira, devido à rivalidade do clássico Caju”, comentou Toninho Ferreto.
Eduardo Casagranda atuou com Tite nas duas passagens que o treinador passou pelo Clube Esportivo. Segundo ele, Tite já tinha as idéias que hoje aplica nos clubes em que passa e também na Seleção Brasileira. "Quando voltou de São Paulo, ele continuava sendo uma pessoa humilde, séria e trabalhadora, honesta. Sempre fui muito amigo dele. Como treinador, Tite já tinha as idéias que têm hoje, de se atualizar, estudar, era um treinador que exigia muita marcação, cobertura, preenchimento de espaço. Hoje foi mudando as nomenclaturas, mas basicamente era sistemas já adotados hoje no futebol europeu e que implantou nas equipes que passou e que com certeza vai usar na Seleção Brasileira hoje", explica Edu Casagranda.