Rodada sem vitórias para os gaúchos no Campeonato Brasileiro
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2 dias atrás
Um intenso debate acerca das estratégias de fortalecimento marcou o XIV Fórum Mundial das Cooperativas Vitivinícolas, encerrado nesta sexta-feira (16), em Garibaldi, no Rio Grande do Sul. Pela terceira vez realizado no Brasil, o encontro cresceu em simbolismo por ocorrer em meio ao Ano Internacional das Cooperativas, trazendo à tona a sustentabilidade e o vinho como bebida saudável, e também as definições para o aprimoramento do Fórum, tendo em vista seu futuro. "Este trabalho foi uma grande demonstração de solidariedade. Vamos seguir adiante para que as cooperativas continuem representadas mundialmente, porque temos relevância no setor vitivinícola", disse o presidente do Fórum, o espanhol Ignácio Martín Obregón.
O caminho para isso foi traçado a partir de cinco pilares estruturantes. Um deles será a construção de um observatório, a fim de conhecer mais profundamente o perfil das cooperativas, com dados produtivos e outras informações técnicas. Os demais eixos são comunicação, comercialização, sustentabilidade e intercâmbio profissional. Todos eles contarão, a partir de agora, com um executivo, a fim de coordenar e atender a projetos pontuais, buscando recursos e parcerias. "Conseguimos avançar tanto com os valores cooperativos, nos responsabilizando mais por uma sociedade mais humana e igualitária, quanto na parte operacional do Fórum", destacou Helio Marchioro, Diretor-Executivo da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), organizadora do evento.
A ideia é fortalecer os intercâmbios, envolvendo também os jovens do movimento, que apresentaram um panorama das iniciativas realizadas por eles no último ano – veja mais abaixo. A comercialização conjunta, uma pauta mais complexa por envolver leis e regras diferentes existentes em cada país, avançou. "Será um acordo entre partes. Quando houver alguma cooperativa interessada em algo, ela expõe para o grupo e aquela que puder atender ou tiver interesse propõe uma parceria", esclarece Marchioro. A comunicação, essencial para transmitir posicionamentos e interesses, ganhará a figura de um responsável em cada cooperativa, estabelecendo conexão com os integrantes do Fórum dos comunicadores, pulverizando comunicados e unificando discursos.
Anfitrião do encontro, o presidente da Cooperativa Vinícola Garibaldi, Oscar Ló, reforçou a importância do intercâmbio gerado entre as organizações participantes, oriundas de Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Espanha e Itália. "É sempre muito enriquecedora essa oportunidade de reunir várias cooperativas do mundo para visitar a região e conhecer a nossa cooperativa e o setor vitivinícola brasileiro, porque cada vez mais queremos estar inseridos no mundo do vinho", opinou, também enaltecendo os temas analisados. "Precisamos alinhar a comunicação das cooperativas do vinho, que têm um papel fundamental na sociedade. Temos também a possibilidade de negócios em conjunto, dentro da sinergia de cada cooperativa. Os intercâmbios, com formação de jovens, de enólogos, as visitas técnicas, tudo isso é fundamental, e acabamos aproveitando essa relação de conhecimento para buscar novas experiências", disse Ló.
Com tantos temas, o Fórum comprova a importância de estimular continuamente as responsabilidades das organizações em busca de uma sociedade melhor. "É claro que tudo que falamos não se resolve com um encontro. Temos responsabilidades todos os dias, porque somos portadores dos interesses de milhares e milhares de viticultores, e o Fórum é mais um elemento para levarmos isso adiante", disse Carlo Belmonte, presidente da cooperativa italiana Caviro, case de sustentabilidade do evento com sua prática de economia circular, que recupera 99% dos resíduos.
Próximo evento será na Espanha
Do Brasil, o Fórum Mundial das Cooperativas Vitivinícola migrará para a Espanha. O país sediará o encontro em 2026, na cidade de Cuenca, localizada próxima a Toledo. A 15ª edição será dirigida pelo presidente da Cooperativa Manjavacas e a instituição do Fórum Mundial passa a ser presidida pelo dirigente do Grupo Fecovita, o argentino Rubén Panella, eleito pelos integrantes do Fórum na sexta-feira, dia 16. "Vamos trabalhar para ser cada vez mais um facilitador das relações bilaterais, um construtor de pontes. Temos que encontrar pontos em comum para progredir nos negócios, porque se existe uma conveniência comum é mais fácil levar adiante. Precisamos continuar trabalhando nos intercâmbios para uma forte capacitação, buscando o melhor benefício para nossos produtores, que é o objetivo de todos nós", destacou Panella.
O XIV Fórum Mundial de Cooperativas Vitivinícolas proporcionou duas visitas técnicas na sexta-feira. O grupo esteve em Farroupilha conhecendo a Central das Cooperativas da Serra Gaúcha (Cenecoop Serra) e Cooperativa Vinícola São João, onde ocorreu a confraternização final do evento iniciado quarta-feira (14).
Jovens marcam presença
Uma comitiva de jovens integrantes de cooperativas também participou do Fórum Mundial. Eles estiveram presentes em visitas técnicas no Vitis Aurora, feira realizada pela Cooperativa Vinícola Aurora, onde também discutiram inovação, sustentabilidade e agricultura, e na Cooperativa Nova Aliança, em Flores da Cunha, também na Serra. Também compartilharam com os dirigentes participantes do Fórum as principais iniciativas que estão realizando desde a última edição do evento, ano passado.
Neste ano, até o próximo Fórum, eles definiram metas em cinco áreas – aumento de intercâmbios, valorização do Fórum Jovem, capacitações virtuais em enoturismo, geração de projetos e liderança, criação de uma rede social do Fórum Jovem e presença no Fórum Mundial. "Queremos somar a experiência de vocês com a jovialidade de nossas ideias. Acho que podemos encontrar o equilíbrio e agregar muito mais ao nosso cooperativismo", destacou Rodolfo Veadrigo, da Cooperativa Agroindustrial Pradense. Eles também deixaram uma mensagem extraída da carta manifesto escrita pela Geração C no Congresso do Cooperativismo Brasileiro, em 2019, solicitando maior participação no cooperativismo. "Naquela oportunidade, foram criados dois comitês, o geração C, para os jovens, e o Elas pelo Coop, para preparar os jovens e as mulheres a assumirem lugares de liderança. Então, gostaríamos de solicitar que as cooperativas aqui do Fórum, especialmente as do Brasil, também criassem esses comitês em suas cooperativas, para trilharmos uma caminhada de aprendizagem", disse Jessyca Leon Bolzan, da Cooperativa Vinícola Aurora.